COLECISTITE AGUDA E CRÔNICA

A vesícula biliar é um órgão pequeno em forma de pera, localizado por baixo do fígado. Ela armazena a bile, um líquido que é produzido pelo fígado e ajuda na digestão. Quando o organismo precisa de bile, como quando as pessoas comem, a vesícula biliar se contrai, expulsando a bile pelos dutos biliares até o interior do intestino delgado.

colescitite

Colecistite Fonte: https://opas.org.br/o-que-e-colecistite-causas-tipos-tratamentos-e-prevencao/

A colecistite é o problema mais comum provocado pelos cálculos na vesícula biliar. Ela ocorre quando há uma inflamação da vesícula, que pode ser em decorrência de uma obstrução da saída da bile por um cálculo ou por doenças como o diabetes.

colecisteite aguda e crônica

Colecistite aguda e crônica Fonte: https://ssl.adam.com/content.aspx?productid=125&pid=70&gid=17039&site=bestdoctors.adam.com&login=BEST4545

A colecistite aguda começa subitamente, resultando em dor intensa e constante na parte superior direita do abdome. Pelo menos 95% das pessoas com colecistite aguda apresentam cálculos biliares. A inflamação tem quase sempre início sem infecção, embora esta possa surgir depois. A inflamação pode fazer com que a vesícula biliar acumule líquido, havendo espessamento da parede.

Raramente, ocorre uma forma aguda de colecistite sem cálculos biliares (colecistite ásicalitia). Contudo, a vesícula biliar pode conter lama (partículas microscópicas de materiais similares aos dos cálculos biliares). A colecistite alitiásica é mais grave do que outros tipos de colecistite. Ela costuma ocorrer após o seguinte:

  • Cirurgia de grande porte
  • Doenças graves como lesões sérias, queimaduras graves ou uma infecção pela corrente sanguínea (sepse)
  • Alimentação intravenosa por período prolongado
  • Ficar em jejum por muito tempo
  • Deficiência do sistema imunológico
  • Certos distúrbios envolvendo inflamação dos vasos sanguíneos (vasculite), como lúpus eritematoso sistêmico, poliarterite nodosa
  • Diabetes

A colecistite crônica é uma inflamação da vesícula biliar de longa duração. Quase sempre isso é o resultado de cálculos biliares e de crises prévias de colecistite aguda. A colecistite crônica é caracterizada por crises repetidas de dor (cólica biliar) que ocorrem quando os cálculos biliares bloqueiam, temporariamente, o duto cístico.

No caso da colecistite crônica, a vesícula biliar sofre lesões decorrentes das crises persistentes de inflamação aguda, geralmente provocadas por cálculos biliares, podendo tornar-se pequena, com cicatrizes e paredes espessas. Os cálculos biliares podem bloquear a abertura da vesícula biliar para o duto cístico ou bloquear o próprio duto cístico. Se a cicatrização for extensa, pode haver depósitos de cálcio nas paredes da vesícula biliar, fazendo com que endureça (denominada vesícula biliar de porcelana).

A dor da colecistite aguda é similar àquela da cólica biliar (dor causada por cálculos biliares), mas é mais intensa e duradoura, podendo passar de 6h de duração. A maioria das pessoas sente uma dor muito aguda quando o médico pressiona a parte superior direita do abdome. Respirar profundamente pode agravar a dor. A dor frequentemente se estende para a parte inferior do ombro direito ou para as costas. Enjoos e vômitos são frequentes.

Fonte: https://drahelenamalnati.com.br/colelitiase-cirurgia-vesicula-brasilia-df/

Normalmente, uma crise diminui em dois a três dias e some completamente em uma semana. O fato de a crise aguda persistir pode indicar uma complicação grave. Dor intensa crescente, febre alta e calafrios sugerem a presença de bolsas de pus (abscessos) ou de uma laceração (perfuração) na vesícula biliar.

O diagnóstico é basicamente clínico, mas é essencial que façamos exames de imagem como a tomografia e a ultrassonografia para entendermos a extensão e gravidade. Além disso, é importante que façamos exames laboratoriais, assim conseguiremos identificar possíveis complicações.

Em geral, a remoção cirúrgica da vesícula biliar é o principal tratamento, sendo removida 24 a 48 horas após o início dos sintomas se:

  • A colecistite aguda for confirmada e o risco de cirurgia for pequeno.
  • As pessoas forem mais velhas ou tiverem diabetes, porque em tais pessoas, é mais provável que a colecistite resulte em infecções.
  • Existir suspeita de complicações como abcesso, gangrena ou perfuração da vesícula biliar.
  • As pessoas tiverem colecistite alitiásica.
colecistite

Cirurgia da Vesícula Biliar Fonte: https://www.drjoaocouto.com.br/2016/11/11/colecistectomia-saiba-quando-a-retirada-da-vesicula-e-necessaria/

Se necessário, a cirurgia pode ser postergada por seis semanas ou mais, para que a crise melhore. Se as pessoas tiverem um distúrbio que torna a cirurgia muito arriscada (como distúrbios cardíacos, pulmonares ou renais graves), a cirurgia é adiada até que um tratamento apropriado seja capaz de controlar o distúrbio o melhor possível. 

Quando optada pela cirurgia, a preferência é a realização de cirurgia por videolaparoscopia, pois abrevia o tempo de internação, diminui as chances de aderências abdominais e faz com que os pacientes retornem às suas atividades cotidianas o mais rápido possível.

Fonte: Manual MSD com adaptações de Dr. Renato Hideki.

Importante: todo o texto tem caráter meramente educativo, não sendo utilizado para diagnóstico, prognóstico ou tratamento.

 

 

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