Gordura no Fígado: tudo o que você precisa saber

A gordura no fígado, também conhecida como esteatose hepática, é uma doença silenciosa que afeta milhões de pessoas no mundo todo. A doença se caracteriza pelo acúmulo excessivo de gordura nas células do fígado, o que pode levar a graves problemas de saúde se não for tratado. Neste artigo, vamos explorar o que é a gordura no fígado, suas causas, sintomas e as melhores formas de tratamento.

gordura no fígado

O que causa gordura no fígado?

Alimentação inadequada: Consumo excessivo de gorduras saturadas e açúcares, bem como uma dieta pobre em fibras, pode contribuir para o desenvolvimento da esteatose hepática.

Consumo excessivo de bebidas alcoólicas: O álcool é metabolizado no fígado, e o consumo excessivo pode levar ao acúmulo de gordura no órgão.

Obesidade e sobrepeso: O excesso de peso corporal aumenta o risco de desenvolver esteatose hepática.

Diabetes tipo 2: A resistência à insulina, característica do diabetes tipo 2, também pode contribuir para o acúmulo de gordura no fígado.

Síndrome Metabólica: Essa condição é caracterizada por um conjunto de fatores de risco para doenças cardíacas, incluindo obesidade abdominal, pressão alta, colesterol alto e resistência à insulina.

Alguns medicamentos: O uso de alguns medicamentos, como corticoides, anticoncepcionais orais e alguns antirretrovirais, pode aumentar o risco de desenvolver esteatose hepática.

Tipos de Gordura no fígado

Existem dois principais tipos de gordura no fígado, cada um com suas próprias características e causas:

  • Esteatose Hepática Não Alcoólica (EHNA):
    • Causas: A EHNA ocorre em pessoas que não consomem quantidades excessivas de álcool. Suas causas estão frequentemente associadas a fatores como obesidade, resistência à insulina (comum em diabetes tipo 2), síndrome metabólica, dieta rica em gorduras saturadas e açúcares, além de outros fatores genéticos e ambientais.
    • Características: A EHNA é a forma mais comum de gordura no fígado. Ela pode progredir para inflamação hepática (esteato-hepatite não alcoólica), fibrose hepática e, em casos graves, cirrose hepática.
  • Esteatose Hepática Alcoólica (EHA):
    • Causas: A EHA é causada pelo consumo excessivo e prolongado de álcool. O álcool é tóxico para as células do fígado e pode levar ao acúmulo de gordura no órgão.
    • Características: A EHA pode variar de uma acumulação leve de gordura a uma inflamação mais grave, conhecida como esteato-hepatite alcoólica. A EHA pode progredir para cirrose hepática em casos crônicos de abuso de álcool.
gordura no fígado

A classificação da esteatose hepática baseia-se na quantidade de gordura presente no fígado:

Grau 1 (Leve):

Neste estágio, há um acúmulo leve de gordura nas células do fígado, geralmente representando menos de 33% do peso do fígado.

Não há evidência significativa de inflamação ou fibrose hepática.

A esteatose hepática geralmente é assintomática neste estágio.

Grau 2 (Moderado):

No grau moderado, o acúmulo de gordura é mais evidente, geralmente representando entre 33% e 66% do peso do fígado.

Pode haver sinais iniciais de inflamação hepática, como esteato-hepatite não alcoólica (EHNA), mas a fibrose hepática ainda não está presente em níveis significativos.

Alguns pacientes podem começar a experimentar sintomas como fadiga, desconforto abdominal leve e aumento do tamanho do fígado.

Grau 3 (Severo):

No estágio grave, há um acúmulo significativo de gordura nas células hepáticas, geralmente representando mais de 66% do peso do fígado.

Pode haver inflamação hepática moderada a grave, com evidências de esteato-hepatite não alcoólica (EHNA) e fibrose hepática.

Os pacientes neste estágio têm maior risco de desenvolver complicações graves, como cirrose hepática, insuficiência hepática e câncer de fígado.

Os sintomas podem se tornar mais fortes, incluindo fadiga persistente, dor abdominal, perda de peso inexplicável, icterícia (coloração amarelada da pele e dos olhos) e complicações relacionadas à função hepática comprometida.

Sintomas de Gordura no Fígado

Em muitos casos, a esteatose hepática não apresenta sintomas. No entanto, quando os sintomas surgem, podem incluir:

Fadiga

Dor ou desconforto abdominal, especialmente no lado direito

Inchaço abdominal

Perda de apetite

Perda de peso inexplicável

Fraqueza

Confusão mental

sintomas de gordura no fígado

Diagnóstico da Gordura no Fígado

O diagnóstico da esteatose hepática pode ser feito através de exames de sangue, como o TGO (AST) e TGP (ALT), que verificam a função do fígado, e exames de imagem, como ultrassom abdominal.

O que fazer para eliminar a gordura no fígado?

O tratamento da esteatose hepática depende da causa da doença. No entanto, as medidas gerais para o tratamento incluem:

Perda de peso: A perda de peso é fundamental para o tratamento da doença, pois ajuda a reduzir a quantidade de gordura no fígado.

Dieta saudável: Uma dieta saudável, rica em frutas, legumes e verduras, e pobre em gorduras saturadas e açúcares, é essencial para o tratamento da esteatose hepática.

Exercícios físicos: A prática regular de exercícios físicos ajuda a reduzir o peso e melhorar a saúde do fígado.

Abstinência de álcool: A abstinência de álcool é fundamental para o tratamento da doença em pessoas que consomem bebidas alcoólicas em excesso.

Medicamentos: Em alguns casos, podem ser necessários medicamentos.

O que não se deve comer com gordura no fígado?

1. Alimentos ricos em gorduras saturadas:

Carnes vermelhas gordurosas: picanha, costela, carne de porco.

Embutidos: salsicha, presunto, mortadela, linguiça.

Laticínios integrais: leite integral, queijo gordo, manteiga.

Frituras: batata frita, salgadinhos fritos, empanados.

Fast-food: hambúrgueres, pizzas, nuggets.

2. Alimentos ricos em gorduras trans:

Produtos industrializados: biscoitos, salgadinhos, tortas congeladas, margarina.

Comidas processadas: macarrão instantâneo, temperos prontos, sopas de pacote.

3. Alimentos ricos em açúcares:

Refrigerantes: sucos artificiais, energéticos.

Doces: chocolates, bolos, biscoitos recheados.

Sorvetes: cremosos, com cobertura e caldas.

4. Bebidas alcoólicas:

Cerveja, vinho, destilados.

5. Outros:

Excesso de sal.

Farinha branca.

Frutose em excesso.

Substituições Saudáveis:

alimentação para gordura no fígado

Carnes magras: frango sem pele, peixe, carne vermelha magra.

Laticínios desnatados ou semidesnatados: leite desnatado, queijo cottage, iogurte natural.

Gorduras boas: azeite de oliva, óleo de canola, oleaginosas (castanhas, nozes).

Carboidratos complexos: arroz integral, aveia, batata doce, quinoa.

Frutas frescas: maçã, banana, laranja, morango.

Verduras e legumes: brócolis, couve, espinafre, tomate.

Água: a principal bebida do dia.

Consulte um nutrólogo ou médico especializado para desenvolver um plano alimentar adequado às necessidades individuais e à condição de saúde do fígado.

Afinal, a gordura no fígado é grave? 

Sim, a gordura no fígado, se não tratada adequadamente, pode ser uma condição grave e pode até matar. Entenda porque a gordura no fígado é considerada uma preocupação séria:

Progressão para doença hepática mais grave: A gordura no fígado pode progredir para uma condição chamada esteato-hepatite não alcoólica (EHNA), caracterizada por inflamação do fígado. A EHNA pode levar à fibrose hepática (cicatrização do fígado) e, em casos mais graves, à cirrose hepática, uma condição irreversível que pode resultar em insuficiência hepática e até mesmo necessidade de transplante de fígado.

Aumento do risco de câncer de fígado: Sim, a gordura no fígado pode virar câncer. Pessoas com esteatose hepática têm um risco aumentado de desenvolver câncer de fígado, especialmente se a condição progride para cirrose hepática. O câncer de fígado é uma das formas mais letais de câncer e pode ser difícil de tratar quando diagnosticado em estágios avançados.

Complicações metabólicas: A gordura no fígado está frequentemente associada a outras condições metabólicas, como diabetes tipo 2, resistência à insulina, síndrome metabólica e doenças cardiovasculares. Essas condições aumentam ainda mais o risco de complicações graves, como doenças cardíacas, AVC e insuficiência renal.

Impacto na qualidade de vida: A gordura no fígado pode causar sintomas como fadiga, dor abdominal, inchaço e desconforto, afetando significativamente a qualidade de vida do paciente.

Lembre-se:

  • A detecção precoce e o tratamento adequado da esteatose hepática são essenciais para prevenir complicações graves.
  • Adotar um estilo de vida saudável é a melhor forma de prevenir a doença e melhorar a saúde geral.

A informação aqui presente não substitui a consulta médica. É fundamental consultar um médico para o diagnóstico correto da esteatose hepática e acompanhamento médico regular. O médico poderá avaliar a gravidade da doença, orientar sobre as medidas de tratamento e monitorar a progressão da doença.

<h2>Vanessa Monteiro</h2>

Vanessa Monteiro

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